
Radioterapia 3D e IMRT

RADIAÇÕES IONIZANTES são ondas eletromagnéticas com energia suficiente para alterar a estrutura da matéria viva. Esse processo pode levar à morte da célula devido às alterações em seu interior. Essas radiações são invisíveis e indolores.
Neste processo as células normais também podem ser atingidas, porém elas possuem uma capacidade maior de se regenerarem do que as células anormais. Portanto, na maioria das vezes, a doença é destruída e as células normais se recuperam após o término do tratamento. Além disto, a radioterapia moderna, com técnicas precisas, permite que depositemos doses elevadas nas células doentes ao mesmo tempo em que protegemos as células normais.
A radioterapia pode ser o único tratamento curativo que o paciente receberá, assim como pode ser utilizada em combinação com outros tratamentos, como quimioterapia ou, em algumas situações, antes ou após uma cirurgia. A indicação é feita pelos médicos que estão envolvidos no tratamento do paciente, em sintonia com o médico especialista em tratamentos com radioterapia, conhecido como radioterapeuta ou rádio-oncologista.
Os EFEITOS COLATERAIS dependem da dose utilizada e da área do corpo que está sendo irradiada. Pode variar de não apresentar qualquer efeito colateral durante o tratamento ou apresentar apenas reações passageiras na pele da área tratada até danos graves e permanentes. Logo, como cada efeito colateral depende de cada caso, é muito importante que o paciente seja orientado pelo Médico Radio Oncologista quanto a esses efeitos e como tratá-los ou amenizá-los. Com os avanços tecnológicos obtidos nos últimos anos, a radioterapia se tornou muito menos tóxica e mais efetiva do que outrora.
A DIFERENÇA ENTRE RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA é que esta última é um tratamento que utiliza um determinado medicamento, aplicado por via venosa ou oral, e que vai agir no corpo inteiro. A Radioterapia é um tratamento localizado em uma determinada região do corpo. Portanto, os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de droga utilizada e os da radioterapia da dose e da região tratada.
Quanto a APLICAÇÃO DA RADIOTERAPIA: Há basicamente duas formas de tratamento com a radiação: a teleterapia ou radioterapia externa.
TELETERAPIA OU RADIOTERAPIA EXTERNA: Quando a radiação é emitida de um aparelho em direção à área a ser tratada. A radiação emitida atravessa o corpo do paciente e não impregna em seu interior. Portanto, o paciente não fica radioativo e não há problemas de contato com outras pessoas.
BRAQUITERAPIA: Quando a radiação provém de materiais radioativos que são colocados no interior do paciente, no local acometido, de forma temporária ou permanente. Nesta situação haverá emissão de radiação do interior do mesmo por um determinado tempo. Nesses casos, o paciente recebe as instruções específicas sobre os cuidados que deve ter e por quanto tempo.
Quais as etapas da Radioterapia Externa?
Após confirmação da indicação e da técnica de radioterapia escolhida pelo médico Radio Oncologista, o paciente passa pelas seguintes fases:
1) Tomografia de planejamento:
O paciente é submetido à tomografia na posição que serão efetuadas as aplicações. Essa tomografia não é para diagnóstico e sim para o planejamento da radioterapia. Para isso, as imagens geradas por essa tomografia são enviadas para um computador onde será efetuado o planejamento.
2) Planejamento:
Nessa etapa, o paciente não necessita estar presente e os profissionais envolvidos, como dosimetristas, físicos e médicos, irão delimitar na imagem da tomografia, o local do corpo que será tratado, bem como os órgãos normais adjacentes que serão protegidos. Após a identificação dessas estruturas, o planejamento das incidências da radiação é realizado e o computador vai verificar se a distribuição da dose de radiação está adequada, ou seja, se o local que precisa ser tratada está recebendo de forma concentrada a dose prescrita e os órgãos normais o mínimo possível.
3) Aplicações:
Nesta fase o paciente começa a receber as aplicações geralmente diárias durante os dias úteis. Tem duração de 10 a 20 minutos e o número pode variar de uma única aplicação até 42. As aplicações são indolores e geralmente os pacientes saem bem, sem sintomas e sem necessidade de um acompanhante, exceto em determinadas situações caso as condições clínicas prévias do paciente exijam.
4) Revisões:
Durante o tratamento, os pacientes passam em consulta com o médico Radio Oncologista responsável pelo tratamento para resolução das dúvidas e avaliar se estão surgindo efeitos coloateraia ao tratamento, bem como instituir a intervenção nestes efeitos. Outros profissionais, como nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, dentistas e enfermeiros estarão acompanhando a evolução e, se houver necessidade, participam do tratamento.
5) Alta:
Após o término de todas as aplicações o paciente passa em consulta de alta com o médico. Nessa consulta, o médico verificará as condições do paciente, o orientará quanto aos próximos passos, agendará as consultas de retorno e entregará o relatório da radioterapia realizada por escrito.
6) Seguimento:
Após o término do tratamento, o paciente será periodicamente acompanhado pelo médico Radio Oncologista em conjunto com os outros médicos envolvidos. A freqüência das consultas e dos exames complementares depende de cada situação clínica.